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A compaixão não esconde nada

A compaixão não esconde nada
A vergonha sempre apagada
A exactidão o espaço um perfume
O começo sob o grito que existe
A história escapa à história
O declive refazia soçobrar
Quando a velocidade inconfessável atinge
Como ao lançar-se um tremor me embala
A insistência tão próxima do medo
O acaso transformado em sono
Que a estupefacção prolongava
Ver-te é em mim esta carência
À qual responde cada vez mais imenso
Sempre o imediato da infância
Cujas plagas se afastam sem memória
Derrubada onde a sombra me cega
Entre a escavação e as tuas pernas